Artista, que se apresentou em grandes palcos desde os 12 anos de idade, apresenta trabalho solo inédito
No dia 18 de janeiro, o multi-instrumentista, cantor e compositor Davi Leão lança seu primeiro EP, “Villa Rica”, no Teatro SESIMINAS, estreando de forma consistente sua jornada autoral. O trabalho carrega a atmosfera dos interiores de Minas Gerais e conta com participações de peso da nova cena musical de Belo Horizonte, como Augusta Barna, Cruvinel e Flor Grassi, que também participam do show de lançamento. O repertório conta ainda com singles do artista e releituras de músicas que o marcaram.
Nos arranjos e na voz potente de Davi no EP, está sua história com o rock. A partir dos 12 anos de idade, participou da banda Poison Gas, que mais tarde tornou-se Fulgaz, conquistando palcos importantes. O grupo de crianças tocando clássicos do rock apresentou-se no Planeta Brasil, em 2017, e conquistou até eventos internacionais, como International Beatle Week, em Liverpool.
Além da veia do rock, Davi traz referências da MPB clássica, por influência do seu pai, que sempre a apresentou desde cedo. A sonoridade elétrica do rock, mistura-se com a suavidade do violão de nylon. As melodias e harmonias têm influência da música mineira do Clube da Esquina. O lançamento, assim, carrega a identidade e a história do artista. “Esse lançamento é muito importante para mim porque eu considero que ele seja minha estreia de fato. Eu já lancei três singles, mas são trabalhos mais simples, o EP amarra essa primeira fase da minha carreira. Ele remete tudo que eu já fiz, minha experiência na banda, e também propõe coisas novas, com composições mais maduras”, comenta Davi.
O EP ainda traz uma atmosfera nostálgica, advinda de memórias da infância do artista. Davi Leão é de Belo Horizonte, mas quando criança, viajava sempre com a família para pequenas cidades do interior de Minas Gerais, como Chapada. Suas memórias afetivas atravessam o trabalho e trazem ainda um caráter estradeiro, remetendo às viagens. Nos vocais, a voz suave e potente de Davi se une à de Augusta Barna em “Por Aí”, e à de Flor Grassi em “A Praça”.
O processo de produção, desde a composição de algumas músicas, foi realizado no selo Música aos Montes, especializado na construção e no impulsionamento de carreiras musicais. Três faixas já haviam sido compostas, “A Praça” e “Por Aí”, em parceria com Flor Grassi, e “Desencanto”, feita a partir do poema de Manuel Bandeira. As demais surgiram de campings no selo, que propõem um momento de troca entre os artistas para criarem e discutirem ideias.
Assim, “Villa Rica” e “Metacanção” possuem participação do artista Cruvinel e Dan Oliveira, produtor musical do MaM, na composição. “Metacanção” ainda conta com diversos outros artistas do selo na gravação. A faixa nasceu de um momento de criação conjunta entre Flor Grassi, Dan Oliveira, Cruvinel e Carol Figueiredo, que tocaram e cantaram de forma descontraída.
“A nossa metodologia, apesar de mudar de artista para artista, segue um processo. A gente analisa todas as composições que os artistas têm, depois, dentro dessas composições, a gente escolhe as melhores e identifica um caminho artístico a seguir. O Davi participou de bandas relevantes dentro da cena de Belo Horizonte e o objetivo dele agora é se solidificar como um compositor intérprete, por isso nosso objetivo foi trazer as referências, a identidade e a história dele nesse disco”, comenta Dan Oliveira.
FAIXA A FAIXA
A Praça
Composição em parceria com Flor Grassi, que também participa da gravação nos vocais. Relata o ponto de vista de alguém sentado na praça de uma cidade pequena de Minas Gerais, observando a vida correr e os personagens que a rodeiam. A mistura das vozes suaves, mas potentes, de Davi e Flor resultam no som envolvente.
Desencanto
Música produzida a partir do poema, de mesmo nome, do poeta Manoel Bandeira. A música já havia sido lançada com a banda Fulgaz, mas foi reelaborada para o EP, adotando uma estética mais madura e harmônica ao estilo atual de Davi, como artista solo.
Metacanção
Surgiu nos campings de composição do Música aos Montes. Um microfone foi colocado no espaço e os artistas presentes tocaram e cantaram de forma despretensiosa. A gravação, por isso, é atravessada por barulhos da rua, trazendo uma atmosfera intimista ao disco. A música tem esse nome porque é sobre o próprio ato de escrever canções. Descreve a busca por inspiração, o momento introspectivo, passando um café, no processo de criação.
Por Aí
Funciona como uma colagem sonora, unindo diferentes andamentos e ritmos em uma música só. Na gravação, conta com a voz potente e afiada da cantora Augusta Barna, que com seu álbum de estreia “Sangria Desatada”, conquistou o Prêmio Flávio Henrique 2023, realizado pelo BDMG Cultural. A faixa descreve um flerte pela troca de olhares frequente, sem a busca concreta pelo contato.
Villa Rica
Conta com Cruvinel e Dan Oliveira na composição e sintetiza a ideia do álbum. De caráter estradeiro, foi composta pensando na rota de Ouro Preto (MG) ao Rio de Janeiro (RJ), descrevendo um lugar ao mesmo tempo, utópico, mas também nostálgico, pois advém de memórias do artista. A sonoridade transborda sensibilidade, com influências de Clube da Esquina a Beatles.
SOBRE O MÚSICA AOS MONTES
O Música aos Montes é um selo musical localizado entre os mares de morros da cidade de Belo Horizonte-MG. Fundado por Carol Figueiredo em parceria com Dan Oliveira, o MaM participa ativamente na formação de artistas em que enxerga alto potencial. O foco estilístico gira em torno dos gêneros Nova MPB, Jazz, Pop Rock e Pop Leve.
De início como produtora musical, o projeto se destacou pela expertise da dupla de músicos mineiros que o lideram. A iniciativa hoje oferece um ecossistema fechado, oferecendo assistência da composição à divulgação, em parceria com a Sony e com a Symphonic Distribution. Além disso, também cria palcos itinerantes espalhados pela cidade para apresentações periódicas de seus artistas – divulgando novidades e disseminando cultura.
Dan Oliveira formou-se em violão erudito pelo Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernandez e violão popular pela Bituca, onde estudou violão com Gilvan de Oliveira e harmonia/arranjo com Ian Guest. Recebeu reconhecimentos como o Prêmio Jovem Instrumentista BDMG em 2012. Como cantor e violonista, gravou os DVDs “Lua Clareou (2015)” com Saulo Laranjeira e “Tênis + Clube ao Vivo no Circo Voador (2019)” com Lô Borges. Dividiu palcos com grandes nomes, como Vander Lee e Cláudio Venturini.
Carol Figueiredo estudou música no Souza Lima & Berklee. Lá, conviveu com grandes nomes da música como Roberto Menescal, Sizão Machado (baixista do Djavan e da Elis Regina), e André Marques (atual pianista do Hermeto Pascoal). Como cantora de Jazz e MPB, produziu dois discos, chamados “Jazz com Tutu” (2007) e Autoral (2007). Colhendo os frutos do álbum “Jazz com Tutu”, se apresentou no Savassi Jazz Festival Novos Talentos do mesmo ano. Hoje, atua como diretora executiva do selo, manager e atua na produção de shows e festivais.
SERVIÇO
Show de lançamento “Villa Rica”
Dia: 18 de janeiro, domingo
Horário:
Local: Teatro de Bolso SESIMINAS
Rua Padre Marinho, 60
Santa Efigênia, Belo Horizonte – MG
Ingressos: Sympla