Procurado, o presidente da Câmara de Belo Horizonte não quis comentar as acusações
O vereador de Belo Horizonte Miltinho CGE (PDT) registrou, na manhã desta quinta-feira (14), um boletim de ocorrência contra o presidente da Câmara Municipal, Gabriel Azevedo (sem partido). No documento, Miltinho alega ter sido alvo de calúnia, difamação e injúria por parte de Gabriel, que o acusou de cometer crimes como “rachadinha, desperdício de dinheiro público, bandidagem, nepotismo e corrupção, além de tê-lo chamado de ‘bandido vagabundo’, ‘desperdiçador de dinheiro público’ e ‘corrupto’.
Vereador Miltinho CGE (PDT) — Foto: Barbara Crepaldi / CMBH
Miltinho alega que as declarações, feitas em maio deste ano durante um programa jornalístico de uma rede de televisão, não eram de seu conhecimento até o registro. À reportagem, ele afirma que não tinha assistido aos vídeos.
“Só tive coragem de ver o vídeo esses dias agora, quando apresentei em plenário. Não tive coragem de ver esse vídeo diante de tanta humilhação, e pedi para meus assessores não me mostrarem. Passei muita humilhação e muito aperto, sofri muito com essa humilhação. No dia que tive coragem de ver, pensei: agora ele tem que pagar por essas coisas que ele (Azevedo) falou”, declarou o vereador.
Procurado, Gabriel Azevedo não quis comentar o episódio.
Pedido de cassação
Miltinho CGE sofreu um pedido de processo de cassação na Câmara de BH, após ter sido acusado de nepotismo por supostamente empregar o sobrinho de uma assessora em seu gabinete. Ele ainda foi acusado de desvio de função de dois servidores da Câmara, que estariam prestando serviços à ONG do vereador durante o período de expediente do Legislativo.
No fim de maio, um acordo com a promotoria do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a partir de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), foi apresentado a Miltinho, que o assinou. O termo, de acordo com ele, prevê pagamento de R$ 1 mil por mês durante 20 meses para os cofres públicos. Apesar do TAC, Miltinho não sabe informar se seu processo de cassação foi ou não arquivado na Casa. À época, o vereador negou as acusações.
“Já foi adequado há muito tempo. O trabalho é salvar vidas, agora estamos sendo impedido de fazer. Não podemos ir em horário de expediente. Quem fez a denúncia prefere assessor em casa, ou no bar bebendo, porque trabalhando não pode. Adequamos, estamos fazendo dentro dos horários que podemos fazer, contra a minha vontade, mas temos que fazer”, comentou, citando o TAC.
Miltinho CGE registra BO por calúnia, injúria e difamação contra Gabriel Azevedo | O TEMPO
Por Lucas Negrisoli Publicado em 14 de setembro de 2023 |