Além do novo pedido de cassação, também foi aberto oficialmente o pedido de destituição do presidente da CMBH do comando do Legislativo
(foto: Karoline Barreto/CMBH)
Vice-presidente da CMBH, Juliano Lopes, preside a reunião da mesa diretora que decidiu pela abertura do processo de afastamento de Azevedo do comando do Legislativo
Foi protocolado nesta terça-feira (19/9) um novo pedido de cassação do mandato do vereador Gabriel Azevedo (sem partido), presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), pelo vereador Miltinho CGE (PDT) que acusa o colega de calúnia e difamação. Também foi aberto oficialmente pela Mesa Diretora da CMBH, sem presença de Azevedo e seus aliados, o processo de destituição do vereador do comando do Legislativo.
Além dos dois processos de cassação, Azevedo enfrenta um pedido de destituição do cargo de presidente e uma investigação criminal aberta pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), ambos por suposto abuso de poder, o que o vereador nega.
Em seu pedido, Miltinho CGE alega que o Azevedo o acusou, em uma entrevista à imprensa, de praticar rachadinhas, prática de ficar com parte dos salários dos funcionários de gabinete, e nepotismo. No dia da votação do primeiro pedido de cassação de Azevedo, no começo deste mês, e que já em tramitação, Miltinho CGE chorou ao lembrar das acusações e chegou a exibir o vídeo em que Azevedo o acusava de corrupção.
Na denúncia contra Azevedo, o vereador afirma que o MPMG abriu uma investigação contra ele a partir de uma denúncia de que ele usava servidores do gabinete em uma ONG, e ficava com parte dos salários, mas que ela era improcedente e foi arquivada. “A mera existência de uma investigação não legitima o vereador Gabriel a agir de forma prejudicial, atingindo a reputação de seu colega com base em acusações infundadas”.
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De acordo com o vice-presidente da CMBH, Juliano Lopes (Agir), a mesa diretora vai indicar o relator do processo de destituição de Azevedo, que deve ser o vereador Wesley Moreira (PP). A reunião feita nesta terça-feira sem a presença da maioria dos integrantes da mesa, de acordo com Lopes, segue o mesmo rito de 2010, quando um dos integrantes da direção do Legislativo, vereador Wellington Magalhães, foi afastado da vice-presidência da casa.
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Segundo Lopes, na época, não foi exigida na época a presença da maioria dos integrantes da CMBH. De lá para cá, afirma Lopes, a regra não mudou, “só mesmo o comando da diretoria de processo legislativo, hoje aliada de Azevedo”.
Reportagem publicada pelo próprio portal da CMBH, em 2010, relata o afastamento de Magalhães do cargo de vereador por decisão de três dos seis integrantes da Câmara, após sua cassação pela Justiça Eleitoral .
Por meio e sua assessoria, Azevedo disse que “o pedido de cassação é legal e regimental, embora estranhe e suponha que três pedidos em sequência possam ter alguma outra motivação”. “Sobre o que motivou a acusação, Gabriel não faltou com a verdade, quando disse, em entrevista, que Miltinho CGE era investigado por usar o gabinete parlamentar com fins privados e que precisou fazer acordo com o Ministério Público para não ser processado”, afirmou Azevedo.