Ministério da Cultura e Instituto Cultural Vale apresentam: “Brasil sem Ponto Final”, interpretado pela Cia Gente; escrito e dirigido pelo dramaturgo e antropólogo, Paulo Emílio Azevedo; e coordenado pela Zuza Zapata Arte e Produção
Belo Horizonte é a segunda cidade da região Sudeste a receber o projeto “Brasil sem Ponto Final”, espetáculo composto por dois atos: “Fio do Meio” (Prêmio FUNARTE) e “Vertigem” (Festival D’avignon). Em cena estará “o corpo político que dança”, da Cia Gente, assinado por Paulo Emílio Azevedo. Além dos espetáculos a Cia Gente vai promover na cidade a oficina criativa “Corpo-Memória”, ministrada por Paulo Emílio. As apresentações serão realizadas no Memorial Vale nos dias 30 de novembro e 02 de dezembro, quinta-feira, às 19h, e sábado, às 11h. A oficina acontecerá em dois dias: 30 de novembro e 1º de dezembro, das 10h às 12h e os interessados em participar devem se inscrever no site do Memorial Vale. Os ingressos deverão ser retirados uma hora antes do evento (lugares limitados).
O Memorial Vale, um dos espaços culturais do Instituto Cultural Vale, fica na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, e tem entrada gratuita. Saiba mais em https://memorialvale.com.br/pt/ .
Interpretado pela Cia Gente, do Rio de Janeiro, o espetáculo é desenvolvido em dois atos, iniciando com “Fio do Meio” – vencedor do prêmio FUNARTE de Circulação em Dança -, seguido de “Vertigem” que, este ano, representou o país no Festival D’avignon, na França. Unidos, eles formam o 2° ato do projeto “Brasil sem Ponto Final”.
Em “Fio do Meio”, o criador toma como célula o movimento do esbarrão. A partir dele, observa e provoca uma via de mão dupla: a capacidade de mover corpos e, desse mover abrir espaços de conversação. Dando sequência a proposição de ativar a rua como espaço criativo, sua arquitetura e seu diálogo com as pessoas, “Fio do Meio” extrapola a noção de margem e reconfigura outras relações de geocorporeidade; reterritorializando os usos da cidade, os arteiros produzem repetições oriundas de gestos do urbano para difundir catatonias e narrativas que pleiteiam a visibilidade de tantos outros corpos; tantas das vezes negados, miopizados e varridos.
Já em “Vertigem”, adota-se um diálogo intenso e ininterrupto mediado pelos corpos dos intérpretes, cuja proposta expõe a borda, o ruído (também o silêncio), a corda bamba, a respiração ofegante e a embriaguez do gesto. Desnudado e cru, “Vertigem” persegue uma “labirintite cênica”, sendo o movimento dessa vez guiado por uma atmosfera que não almeja o controle; ao contrário, despreza-o e o desloca em busca do risco, daquilo que ainda não tem nome; mas que por tal recebe, gentilmente, o significado de “política”. Em cena, um “corpo político que dança”, conceito criado e desenvolvido por Paulo, desde a década de 90.
Seja em “Fio do Meio” ou em “Vertigem”, a proposta é executada pelos intérpretes Pedro Brum, Zulu Gregório e Salasar Junior, com assistência de Paula Lopes, direção técnica de Filipe Itagiba e produção de Flávia Menezes. No ato n°2, vale situar que a arte elabora distintos ecossistemas corporais, surgindo como fresta, afim de que passem outras luzes com o intuito de se enxergar o que há do outro lado dos muros; e, sobre os muros, tombá-los.
Sobre a oficina “Corpo-Memória”
Além das sessões do espetáculo, o projeto traz ainda uma preocupação pedagógica na troca de experiências e culturas com o público local. É neste intuito que será realizada a oficina “Corpo-Memória”, ministrada pelo diretor Paulo Emílio Azevedo.
A oficina, de curta duração, propõe, por meio das representações do gesto, da palavra e do movimento, o uso do corpo e da voz como estratégias narrativas, tendo como protagonismo as respectivas biografias dos participantes. Para isso se utiliza da descrição textual, imagética, das atmosferas rítmicas, das cores, dos afetos e, sobretudo, das aberturas que podem ser suscitadas das experiências interpessoais. Experiências costuradas pela presença de um corpo político, um corpo criança, um corpo gente.
Os interessados em participar podem se inscrever pelo site do Memorial Vale.
Sobre o diretor Paulo Emílio Azevedo
Professor, Pós-doutor em Políticas Sociais e Doutor em Ciências Sociais, com especialização em Antropologia do Corpo e Cartografia da Palavra, Paulo Emílio é criador no campo das artes cênicas, dramaturgo, escritor e consultor na área de Educação e Cultura.
Seu trabalho aparece bem ilustrado pelo processo criativo, conceitual e de gestão; onde tal experiência destaca a capacidade de unir teoria e prática como lugares de conversação, cabendo sublinhar as ações que se desdobram no espaço urbano, na capacitação de estudantes e educadores, na formação de intérpretes, performers e atores e nos trabalhos realizados diretamente com o público juvenil.
Recebeu diversos prêmios, entre eles “FOCA” através da Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro (2011); “Prêmio FUNARJ de Dança” (2021); “Rumos Educação, Cultura e Arte” (2008/10) através do Instituto Itaú Cultural. Participou como coreógrafo convidado no Festival D’Avignon (2023), bem como palestrante na FLIP Paraty/RJ (2017). Em seguida, integrou o grupo de escritores na Printemps Littéraire Brésilien/Paris Sorbonne Université e, em 2018 representou o país na Journée d’Etudes Cultures, arts et littératures périphériques dans les Amériques: une approche transnationale de la production, la circulation et la r éception em Lyon (França).
Quatro conceitos atravessam sua metodologia de trabalho, aquilo que ele denominou de 4D: desequilíbrio, desobediência, desconstrução e deformação. Fundador da Cia Gente (2012) e mentor da Fundação PAZ, plataforma virtual responsável por preservar, difundir e registrar sua propriedade intelectual. Tem vinte e um livros publicados.
Serviço:
“Brasil sem Ponto Final” da Cia Gente
Data/ horário: 30 de novembro e 02 de dezembro, quinta-feira, às 19h, e sábado, às11h.
Os ingressos deverão ser retirados uma hora antes do evento (lugares limitados).
Oficina Corpo-Memória com Paulo Emílio Azevedo
Data/ horário: 30 de novembro e 1º de dezembro, das 10h às 12h.
Os interessados em participar podem no site do Memorial Vale.
Memorial Minas Gerais Vale
Endereço: Praça da Liberdade, nº 640, esquina com Rua Gonçalves Dias, Savassi.
Horário de funcionamento: Terça, quarta, sexta e sábado: das 10h às 17h30, com permanência até as 18h. Quinta, das 10h às 21h30, com permanência até as 22h. Domingo, das 10h às 15h30, com permanência até as 16h. Entrada Gratuita
Memorial Minas Gerais Vale
O Memorial Minas Gerais Vale, um dos espaços culturais do Instituto Cultural Vale, já recebeu mais de 1,1 milhão de pessoas, de todos os lugares do Brasil e de outros continentes. São mais de 1.600 eventos realizados e cerca de 200 mil pessoas em visitas mediadas. Integra o Circuito Liberdade, em Belo Horizonte, um dos maiores complexos de cultura do Brasil. Caracterizado como um museu de experiência, com exposições que utilizam arte e tecnologia de forma intensa e criativa, é um dos vencedores do Travellers’ Choice Awards do TripAdvisor. Na curadoria e museografia de Gringo Cardia, cenários reais e virtuais se misturam para criar experiências e sensações que levam os visitantes do século XVIII ao século XXI. Mais que um espaço dedicado às tradições, origens e construções da cultura mineira, o Memorial é um lugar de trânsito e cruzamento entre a potência da história e as pulsações contemporâneas da arte e da cultura, onde o presente e o passado estão em contato direto, em permanente renovação. É vivo, dinâmico, transformador e criador de confluências com artistas independentes e com diversos segmentos da cultura mineira.